segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

...Na Rua

Agora cada vez que fecha uma loja, em vez de uns chineses, abre uma lavandaria self-service.

"-Olha aquela padaria fechou, agora é uma lavandaria."

"-Olha aquele café fechou, agora é uma lavandaria."

"-Olha aqueles chineses fecharam, agora é uma lavandaria."

"-Olha aquela casa de alterne fechou, agora é uma lavandaria. E engomadoria... Mantiveram as empregadas.
-E continuam a trabalhar toda a noite."

domingo, 4 de maio de 2014

...Anónimo

Apetece-me refugiar-me no campo, comprar uma casa, bem, uma quinta, para, no "silencio" da natureza, na falta de olhares duvidosos dela, e devagarinho bem ao ritmo dela, cavar, cultivar, e ver a erva crescer. A humanidade esvai-se pelo ralo com uma rapidez estonteante. Já não existem valores, lamentavelmente. E isto não é uma questão da treta, afinal de contas, são os valores que nos tornam mais racionais e menos animais, pois só vejo neandertais a passearem pelos passeios. Até os animais me parecem mais sensatos que os pré-humanos. Ter valores é o que nos faz racionalizar as questões, e suprimir as vontades carnais, da raiva, gula, inveja, avareza... Pareço um pregador, mas não, esqueçam a religião, isto é mais do que isso, trata-se do que o que nos foi ensinado em crianças, que agora é atirado ao lixo. "Prefiro enaltecer o meu ser". Que lindos, continuai, afinal de contas o mais forte ganhará, somos animais e o Darwin até dá palminhas no caixão. Por isso tudo é que me prefiro isolar. Assim vejo o fumo da cidade ao longe, enquanto ouço os pardais, fumo este que vem das vossas cabeças a pensar em como remar para cada lado oposto e sozinhos. Eu canso-me a regar as alfaces, depois sento-me e passado algum tempo retomo. É a vida que eu gostaria de ter, protegido dos jogos de fome, por sol, terra, ar e paz. Uns rezam, uns meditam, eu carrego baterias a olhar para os verdes a a tocar-lhes na folha, ás vezes sinto-me um só com eles, somos nós, as plantas. Tenho pena que se renuncie a valores básicos, não me cheguei a aperceber como chegou esta era, de que a atenção humana é tão escassa que todos fazem de bobos para a receber, é um desequilibro de sensações que se desequilibra cada vez mais. E a inocência vai desaparecendo, coitada, como eu a amo. A inocência que julgava que todas as pessoas tinham uma base boa e pura. A inocência que depositava confiança em pessoas, para melhorar o mundo. Está tudo entregue á bicharada, mas não é da que eu gosto atenção! Estes animais são outros. Melhorar o mundo já não é o mote, agora é tirar uma selfie, hipsters da merda. Não confio em quem queira melhorar o mundo, no máximo o que é acontece a quem tem poder é: Ordem de trabalhos 1) Encher a barriga (na verdade queria dizer bandulho); 2)Mudar o mundo. Atenção que o ponto 2 devia dizer antes "TALVEZ", isto porque o pessoal ainda pode ter fome e poderá precisar de mais umas chupadelas "sanguessugais". Termino com esta imagem, que me inspira e relembra em momentos menos optimistas, de qual o caminho a seguir. Sejam felizes (experimentem a sério, se calhar até gostam) [e não, não há isso na appstore. 






domingo, 6 de outubro de 2013

...A Bolinha Vermelha

Dediquei-me á pornografia. Já que a escrita me anda a calhar mal. Fazei o favor de ver, com cuidado que pode ferir a sensibilidade das pessoas, ficam avisados desde já, é que eu sou um perverso de alto gabarito.


(+18)
Out of milk? You're welcome.


terça-feira, 30 de julho de 2013

...A Agricultura

Em agricultura quando uma planta bem tratada não dá fruto chama-se "vício", "-Deu-se ao vício, está regadinha, com bom sol e nada, deu-se ao vício".
Pois, gostando eu da agro-cultura, e tendo meio olho para a coisa, vejo que há muita planta que se dá ao vício, logo a gente tem de lhe cortar ao mimo, perdão, ao comer, no'é verdade? Isto é como em tudo, é muita atenção para só uma planta, depois a moça (ou moço, que isto nos verdes também há sexos, também há machos que não dão um tomate) tem de saber lidar com tanto nutriente, ou dá colheita boa, ou recosta-se para trás e vê as folhas crescer. Dar colheita boa é uma forma de agradecer a boa vontade de quem a trata tão bem, é um dever cívico da natureza, a gente agradece, "num tem de quê". Mais coisa menos coisa, deixo de as regar, e depois deixa a minha avó, depois a chuva não vem, e a planta volta domada pelo rigor dos tempos, mas claro, estamos sempre a falar da Natureza.
Depois claro, haja terreno, que o que há mais na terra é verdes.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

...Os Intervalos Do VH1

Mas expliquem-me a intermitência e extensão dos intervalos do VH1! Parece uma estação dirigida por macacos!
Meia hora cheia de 10 segundos de musicas com a Madonna a cantar "last night I dreamt of san pedro" e com os Scissor Sisters a atirarem-se contra baldes ás cores, com um gajo de rastas numa cave, e outro a gritar "FAAAALLL".
E fico eu com a merda das musicas na cabeça para o resto do dia. Foda-se

domingo, 2 de junho de 2013

...Respeito, Medo, ou Respeito e Medo?

Já passou algum tempo mas sinto necessidade de comentar com os que não estiveram presentes o trabalho da policia em todo o evento Queima das fitas 2013. Segurança na queima? Vamos lá conversar...

A qualidade da empresa S.P.D.E. , sediada em Matosinhos e usada, neste momento, por muitas grandes empresas, é notável. Não obstante das queixas de agressões que muitos dos seguranças desta empresa têm, continuam a ter bastante procura; o trabalho é feito, a segurança é instaurada e, normalmente, acaba tudo por correr dentro do aceitável. Sendo uma empresa privada os seus "métodos de trabalho" não estão muito sujeitos ao dedo queixoso do publico geral, e se este é tratado com mais ou menos desprezo, e como saco de batatas, embora feio, quem poderá perder é a própria S.P.D.E. que poderá eventualmente perder a sua clientela. Coisa improvável de acontecer. No fundo os "SPDés" fazem o trabalho recorrendo ao respeito por medo, dialogo é coisa que não fazem e a comunicação para a multidão é feita através de empurrõesinhos ligeiros, não é agressão mas não a faz ganhar o prémio de simpatia 2013; no entanto isso também impede borrachões mais lampeiros de se fazerem tourinhos e de andarem ás turras ao pessoal, e como a experiência vale qualidade a qualquer firma, esses gunas de egos elevados passam a olhar para o chão na presença do macho SPDE dominante.

Passemos agora ao trabalho da PSP neste evento. Como órgão publico, a policia de segurança publica, tem de, digamos, satisfazer bastante mais os requisitos do publico, manter a ordem de modo alegre como a Sónia Araújo demonstra nos seus videoclips. Fora de brincadeira, a PSP tem de, mais do que ninguém, impor respeito sem fomentar o medo. No entanto não é isso que sucede, por um lado vemos os velhos indignados a quererem atribuir mais poder á policia de modo a espancar a torto e a direito os anarquistas e bloquistas que se exaltem em manifestações como se fazia antes do 25 de Abril, por outro vemos o telejornal a mostrar imagens de um policia feito cão raivoso a descarregar uma "cassetete-dada" num manifestante, e o publico em casa a revoltar-se. O que eu assisti nesta queima foi um trabalho fraco de uma empresa que tem de manter certos valores. Faltas de respeito e uso excessivo da força de modo controlar a situação. Tenho noção de que isto é uma faca de dois gumes, e embora me desagrade, não consigo determinar o meio termo, manter o respeito sem semear medo, e correr o risco da situação se desmoronar.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

...Alma Académica

Não é por praxe que escrevo isto, é por gosto da tradição, do velho, do que é mantido e cuidado pelos anos que passam. Quem me conhece bem sabe que para mim o passado é algo bonito, peças que contam história, ou coisas que viram a vida correr, porque para mim até a parede de um castelo ou de um mosteiro é bela de só de imaginar a vida que esta viu, de Reis a ditadores, passando pelas grandes guerras, e chegando a mim, ao toque da minha mão leve, na sua pele velha e cansada. Uma vez em tom de brincadeira dissemos -eu e um colega meu- que "Devíamos viver cem anos, mas experimentar cada década passada", queríamos passar pelos anos de austeridade da 2º guerra mundial, pela primeira emissão televisiva, pela ditadura, pela revolução dos cravos, pelas bocas de sino, pelas emissões atentas do festival da canção, pela entrada de Portugal na CEE, e ainda ter "tempo" para viver o que nos restava.

Porém não é de factos históricos que sinto a necessidade de falar neste momento. Quero dizer, com convicção, que a minha alma é preta! Preta da cor da minha capa que traço com o maior carinho e orgulho. Orgulho de manter a tradição, a tradição de aspecto velho, e seja velho aqui, algo com idade, maturidade, e sensatez.

Toda a tradição do preto, a capa sobre os ombros, a pasta, a semente, a nabiça, o grelo, as fitas! Tudo isto é algo que dá saudade. E a mim dá-me saudade e ainda não as tive a todas, curioso, mas é verdade, é uma espécie de nostalgia de algo que não passou. Mais do que praxe, dá-me vontade de proteger da tradição como se de uma planta se tratasse, jovem, a qual se estaca e se resguarda das geadas. Cuidar da tradição e não a deixar sujar por "praxes" de miúdos que no crânio não têm mais nada senão.. miúdos. Mas eu não sou anti-praxe, muito pelo contrario, tenho é plena noção de que quem a faz é que a leva a maus portos, que a deixa pelas ruas da amargura.

Tradições são pedaços de história viva que resistem aos tempos e se projectam no futuro. Acções, princípios, costumes, objectos, que se tornam intemporais por pessoas que por gosto, por entretenimento, por realização pessoal, gastam parte do seu tempo a tornarem-se felizes e a tentar contagiar desconhecidos.

A felicidade somos nós que a escolhemos, e nesta vida rotineira de aviário, que nos cria e "engorda" para estarmos prontos para o mercado de trabalho, se não formos nós a buscar entusiasmo e a criar metas por puro capricho, somos comidos pela velocidade da vida, e morremos para o que nascemos- crescer, estudar, trabalhar, proliferar, e morrer.



Aconselho o cd "Hora Torguiana" do grupo de fados do ISEP

sábado, 21 de abril de 2012

...A macieira

Quando é que eu irei morrer? Isto não é um texto sobre a vida antes da morte, mas da morte depois da vida. Se eu me pudesse ir buscar ao passado, para ver o futuro, ao dia em que o meu corpo estaria gelado, sem vida, um corpo de boneco, em que as pálpebras se abrem com o nosso dedo, em que o ar não se movimenta na boca, no nariz, nos pulmões; em que o coração está imóvel, um boneco, em rigor mortis, o que pensaria? Toda a vida que tive foi apagada porque a central fechou. Toda a genica de moço, a inteligência de adolescente, a sensatez de adulto e a serenidade de velho desapareceram; para se tornarem num pedaço de carne como os que vemos no talho, sem vida, sem correntes de sangue, sem ar, sem nada, NADA! Sessenta, setenta, oitenta, noventa anos de vida! Para no fim sermos um peso morto assente em algo. Sermos uma cabeça que é beijada com misturas de lágrimas na boca, sermos uma cabeça que é acariciada por mãos que tremem e que sentem a nossa falta. Uma cabeça que já esteve quente, fria, com terra, com neve, uma cabeça que já teve chuva a escorrer por ela abaixo e que me fazia sentir vivo. E agora estou morto e não vos sinto. Podem chorar, podem gritar que nem os meus ouvidos ouvem! Podem me apertar a mão que eu não o vou retribuir, vou simplesmente continuar imóvel, á espera que peguem em mim, me vistam e me ponham numa caixa fechada debaixo da terra, centímetros abaixo de vocês aí em cima, que me põe flores e se recordam da energia que corria nos meus músculos e das coisas que fazia quando existia. Porque eu agora não existo. Queria um beijo teu avô, de despedida. Queria ouvir-te chamar por mim, tamanho egoísmo meu. Queria que me ensinasses mais sobre o campo de que eu tanto gosto. Queria que existisses, bem, saudável, para mim. Queria-te aqui, mas agora não posso. Obrigado. Um beijo. Amo-te e um dia quero voltar a encontrar-te, e aí iremos juntos apanhar maças.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

...A noite do Porto

Venero o Porto, minha cidade de nascença, e com ele adoro a sua noite, o que ela cria, as pessoas que junta, as culturas que mistura, e a arte que promove e transmite e que tanto nos faz bem. É indiscutível o poder que a noite portuense tem por estas alturas, e assim, cada vez mais se vão abrindo bares, cafés e discotecas, em tudo que é estabelecimento, tornando-a cada vez mais rica e grandiosa. Este Porto recebe também gente na sua tradicional festa dos santos Populares- o São João- e em outras tantas, como o fim de ano e o carnaval; porém esta noite conceituada não necessita de festas de calendário para se encher de gente. Verdade seja dita que o Verão atrai as pessoas, puxa-as para as ruas, e por isso no Inverno, a noite não demonstra tanto o seu potencial. Para mim é óptimo sair á noite pelas ruas do Porto de t-shirt e calções, sem pensar no que as pessoas possam pensar pelo que tenho vestido ou pelo quão embriagado estou, essa é uma das características, não da noite do Porto, mas da mentalidade que lhe está adjacente.
O ano passado em Outubro deu-se o "D'Bandada" um evento criado e promovido pela Optimus, onde vinte bandas actuavam de borla por vários locais do Porto numa só noite; 13 locais, 20 bandas e 30 actuações. E digo-vos, a imensidão de pessoas que este evento trouxe ao Porto, não se compara com nenhum outro. Não vos digo que tenha superado o São João, mas de certeza absoluta que superou em numero algo como o Carnaval no Porto. Bandas e música a ouvir-se de todos os cantos e em todas as ruas; o Porto assemelhava-se mais a um festival de verão do que a uma cidade. Circulação de carros não havia, a multidão era tanta que até a pé tinha de utilizar caminhos alternativos para chegar a qualquer ponto do Porto. Continuo á espera de uma segunda edição deste festival.
Entretanto vejo publicidade ao "Vodafone Mexefest" um evento promovido pela vodafone, já tendo este ocorrido em Lisboa e agora subindo cá cima ao Porto pelos dias 2 e 3 de Março. Vamos nós ver quem bate quem. Mas o mais importante é ver o Porto crescer e promover-se; o Porto está na moda.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

...O Camões. Que foi à batalha e perdeu os...

Precisava de escrever. Há já muito tempo que a minha escrita está cada vez pior, sem temas frescos, sem dinamismo na escrita, sem algo que faça apetecer ler, ou então que faça pensar que não se perdeu dez minutos de vida a ler um texto meio pop meio teen. O que vejo ser a razão a este facto é, quiçá, a falta de musas inspiradoras. Pois bem, deve ser da crise, que essas musas ou andam escondidas, ou eu não as consigo ver bem, por talvez só querer as melhores e mais qualificadas do Tejo. Ou era do Mondego? Bom, agora tenho desculpa visto já estar na faculdade e num curso que nada tem a ver com as artes da escrita, por isso peço-te desculpa Vaz Camões por não saber a tua obra de cor. Vou para o inferno literário espera lá... Mas voltando á minha teoria; para mim cada Homem pode ter muita fortuna na vida, que se não tiver uma essência do seu desejo nada vale, nada o satisfaz. E pois bem lá estou eu soterrado por físicas, e álgebras, e matemáticas, que curiosamente, me trazem conforto, mas nada de isto me faz, entre intervalos de pasmaceira e de brancas-mentais, sorrir, como d'antes, no meio de um comboio vazio. Ò Tágides minhas, aparecam porra, já era hora.

domingo, 1 de maio de 2011

...Isto

Nem tudo roda a volta de nós. Nem tudo roda a volta dos nossos caprichos da vida. Há um outro lado. O lado dos outros.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

...O mal

O mal que nunca se apaga. Já nem o próprio Belzebu, Satanás, o anti-Cristo mete medo, já nem amaldiçoa cada dia e cada hora, mas ainda o mal come os restos da alma, memorias dos tempos condenados, tempos passados, eu condenado; o mal que Lúcifer deixou no corpo, a semente de um mal que já fez. Um mal tão apetecível e bom.
Parecem bichos que se multiplicam e multiplicam e começam a comer a carne, as ideias, as vontades, as liberdades, os sabores, as alegrias, e o futuro. E a criatura já não mete medo. Já nem ao diabo lembro, mas as queimaduras do inferno perfeito ainda fumegam. Sofrer é que é bom. Ainda sinto os chicotes de alma que, querida chaga de Satã, eu próprio mas defiro. Venha outro inferno, outro mal ardente ou pior, quero a condenação eterna, quero ver duas almas condenadas.
Sinceramente, desejo mal a todos vós.

terça-feira, 19 de abril de 2011

...Excentricismo Puro

O que é o excentricismo? Uma condição psicológica, também conhecida como maradisse, ou um desejo egocêntrico de se fazer notar no meio de uma multidão idêntica? Poderá o excentricismo ser simplesmente algo que os-que-se-copiam-uns-aos-outros chamam para descrever algo fora do normal? Poderá ser tudo isto. E poderá ser só uma coisa. Mas o excentricismo é o que faz a arte avançar, e por isso o excentricismo é arte. Num mundo de outrora onde os arcos, as abobadas, e os dourados abundavam, certamente que quem fosse defensor das linhas rectas, cromados e cimento era o excêntrico. Num mundo onde as mulheres usavam saias, excêntrica foi a que usou calças. Por esse prisma podemos chamar excêntrico a qualquer pessoa que criou novos padrões para o que quer que seja. O excêntrico é aquele que, egocentrismo ou não, se cansa das tendências de comportamento, de moda, do que quer que seja, e explode, soltando um grito diferente que se traduz num choque cultural. Se a tendência pegar á multidão, dependendo da sua magnitude, a sociedade muda.
Os Hippies, mudaram o curso da história, e não afectaram só ideias políticas, alteraram padrões de comportamento, formas de vestir, alteraram a musica e criaram vertentes que ainda hoje são apreciadas. Os excêntricos são, pelo normal funcionamento do ser humano, espezinhados, mas no entanto são o que impede o mundo da monotonia total. Trata-se de um ciclo: O excêntrico cria, o Homem espezinha, o Homem conforma-se, e por fim o Homem copia. Viva as calças á boca de sino? Viva as fruteiras de cores guerridas dos anos 70? Viva as porcelanas? Viva as rendas? Viva! Mas na altura delas...

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

...Ateu, Crente e Religioso

Deus existe, para os crentes.
Para os não-crentes o início da mais ínfima partícula que deu origem a outra, que deu origem a outras, que se juntaram e deram origem ao big bang, que deu origem ao que existe, faz parte de uma concepção como o crescimento exponencial matemático, ou seja, podemos dividir e dividir, diminuindo cada vez mais a unidade, milhões e milhões de vezes mas nunca chegaremos a zero. Não há zero.
Para os crentes a história é outra. Deus criou o início, e a partir daqui separamos o conceito de crente e religioso.
A crença do Homem provém da sua imperfeição e fragilidade, isto porque o Homem não acarreta com tudo nem suporta pesados fardos sem por segundos de consciência se desligar da sua inteligência e apelar a favores divinos, não em todos os momentos da sua vida. O crente mistura a sua mente culta, "não-religiosa" e cientifica com a crença de uma "força maior", uma vida em que matéria é matéria, e tudo provém de cálculos matemáticos e de pares acção-reacção, até certo ponto... Quase como o "dedinho divino" que se mete em certas alturas, enquanto que noutras a vida decorre "ateumente". Este crente não se rege por religiões por várias razões; por hipocrisias dos lideres e congregações, por guerras com origem em fanatismos religiosos, e porque todas as religiões seguem textos ditos sagrados escritos por Homens mortais que afirmam ter ligações ás divindades, textos trabalhados e filtrados seguindo regras e costumes de épocas, e que não fazem sentido ser aplicados aos tempos modernos tendo em conta os princípios que a sociedade actual apresenta.
Como disse aqui separamos os crentes pois, para estes Deus criou o inicio, somente, o resto foi resultado de reacções químicas, já para o religioso Deus criou um inicio, meio e fim, diferente em alguns (se não em todos) livros.
O religioso é aquele que teme a Deus e ás suas representações na terra, seguindo meticulosamente os textos sagrados como história de vida (não querendo dizer que cumpram as suas regras mas sim que seguem as suas doutrinas) suprimindo factos com ensinamentos religiosos, assim, se alguém sofreu foi porque ou Deus o quis, ou o karma equilibrou as coisas, os Homens não são descendentes de macacos mas descendentes de Adão, e noutras religiões ainda, as mulheres são "acessórios sociais".
Na religião há um respeito a Deus mas com conotação de "medo", em que quase tentam forçar a mente a pensar coisas que deixem as Divindades felizes e de bom humor, evitando males maiores.
Frente a isto muitos poderão pensar que a religião tem os dias contados, pois eu digo nunca. A religião cria e invoca a fé nas crianças ainda novas, após isso e enquanto estas estudam e vasculham o mundo com perguntas vai gradualmente sendo enfraquecida. Se perde mais respeito e carácter está criado um Ateu, mas se por outro lado é retirada das cinzas, revista e moldada aos dias de hoje, com regras, "fé-aciênsada", e humanismos, em que o sentimento é o guia para o bem, temos aqui criado um ramo ou até uma nova religião que não tem, necessariamente, de alimentar as massas, desde que faça realmente feliz quem a criou; alguns chamam-lhe filosofia, mas não é mais do que um estado de serenidade psicológica.

domingo, 28 de novembro de 2010

...La Banana

Nada na vida vale mais que o amor. E quem não concordar com isso não o sentiu, ponto final, assunto encerrado. E nada vale porquê? Porque é simplesmente a melhor sensação existente. Torna-mo-nos azeiteiros das coisas tão lamechas que nos saem da boca, e um facto engraçado, nada, quando se ama, passa pelos filtros do cérebro, aqueles filtros que nos fazem retirar expressões de uma frase que estamos prestes a dizer porque não serão as mais apropriadas ou porque não ficarão bem no contexto, aqueles filtros que nos impedem de dizer coisas que não servem de nada para a conversa; sem filtros é como expor todo o conteúdo do peito, estendido no chão estilo toalha, só para enfatizar o facto de que o que dizemos vem das maiores profundezas do nosso ser, e por isso são verdades absolutas. Aqui o "amo-te" não chega, este amo-te vandalizado pelas paredes e papeizinhos a meio da aula, o amo-te sem espírito nem alma, o amo-te fugaz. Não chega, e desde então passa a ser a nossa maior premissa encontrar alguma palavra no vocabulário azeiteiro que exprima todas essas sensações orgásmicas mentais e de aconchego emocional, uma palavra tão potente que possa desencadear guerras ou aclamar a paz, tão potente que nos faça atingir o clímax de serenidade neste nosso peito. Que nos faça suspirar e dizer "Vês? É isto, és assim tanto para mim." E porquê esta demanda da palavra perfeita? Porque sinceramente, nem nós acreditamos que era possível sentir.

Sugiro "Canção de engate- António Variações"

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

...A cabessa

A mente é o mais difícil de modelar e remodelar, demora tempo, e a razão sobrepõem-se para "afirmar" a impossibilidade de execução de tal tarefa.
Há formas de viver a mente; ao som do vento, o "que será, será", sem qualquer gesticulação mental e com a total crença que somos marionetas do destino, e há, por outro lado, a tentativa desenfreada de criar a própria corrente, onde se aplicam a força de vontade, razão e alguma espiritualidade... Que paradoxo. Somos o que escolhemos ser- frase feita- mas eu cá acho que somos para o lado que nos calha, pelo menos até ganharmos fome de vida, fome de viver e de comer do melhor que podemos. Aí sim, aí somos criaturas traçando objectivos e criando correntes que desaguam em tantos e diferentes sítios que já não dá para distinguir o ribeiro principal. E o que nos move? O optimismo, ou as alturas negras da vida que nos fazem abrir os olhos?

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

...O Porto


Eu sou deste tempo, em que o Sr. RR não existia, e os Aliados ainda estavam cheios de verdura e pombos a quem eu ia dar de comer com o meu pai. Isso e mais as fontes, mas agora só conta com uma. As árvores, muitas árvores, ás quais agora não sei se eram realmente grandes, ou se era eu que era pequeno demais. Não era uma avenida digna de um Berlim nem de um Madrid modernos, tinha pouco cinzento não é verdade(?) mas tinha maior beleza.

domingo, 5 de setembro de 2010

...O Fado

Esse Fado, tão nacional. Este fado que é uma espécie de produto gourmet. Já ouviram Amália? Sente-se emoção naquilo, e, já que não nos orgulhamos de nada Português, porque não orgulhar-mo-nos do Fado? Um produto de qualidade tão alta que pode ser exportado e apreciado por essas mentes estrangeiras ás quais damos tanto valor cultural. Mas enfim, para nós um Cristiano Ronaldo cantará melhor fado decerto...

terça-feira, 20 de outubro de 2009

...Parabéns

Era assim em 74. Avó, Avô, Tia, Prima, provavelmente Tio a tirar a fotografia e a Mãe com ramo de flores iam esperar o Victor que chegava da guerra da Guiné. Iam no Simca do Tio Jorge que nunca cheguei a conhecer porque fumava muito, só sei que me deixou a cana de pesca. Ainda o meu Avô tinha umas costas de ferro e andava elegantemente pelas ruas, e elegantemente a minha família se vestia com as criações da minha Avó. Que costureira! Só me conta que fez os vestidos de casamento para a rua inteira naquela altura. Rua essa agora sem as pessoas de ontem,que com o tempo foram fugindo para outros lados, e que a deixaram para trás, os primeiros a construirem casa alí. Reparem a minha mãesinha novinha, tinha 25 anos.
Fez agora 60.
Parabéns.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

...A Morte

As pessoas têm medo de morrer. Medo que o mundo continue a funcionar e se esqueça de nós... Medo de cair no esquecimento.

(em papel)
"Chegas a um ponto da velhice em que não te mexes, não trabalhas, ficas sentado a dormir, a pensar,a ver as pessoas passar, um ponto em que te desligas e ficas em 'stand-by'...
É a espera. A espera da morte. O ponto em que damos por nós tão debilitados que a nossa melhor amiga é a morte, porque nos corta com o sofrimento, e nos termina com o tédio da velhice e da incapacitez de fazer as mais simples coisas da vida. Sentado num sofá, com a bengala ao lado, sentindo o tempo passar da mesma forma que no dia anterior. Esperando pela sua vez."

sábado, 1 de agosto de 2009

...Erudito

Mudam-se os tempos mudam-se as vontades. E podemos trocar "vontades" por tantas outras palavras! Como os velhos dizem "vamos indo e vamos vendo". Somos apanhados por uma erosão que nos ataca, mas nem sempre quer dizer que seja mau. Essa erosão desgasta os princípios que temos, desgasta o que consideramos principal e secundário, importante vá. É quase como imaginar que aquela velha caquéctica toda bem decorada com ouro, maquilhagem e cabelo de porcelana, quando era nova batia mal com os Rolling Stones, toda de preto e com comportamentos tudo menos normais. Essa erosão que a atacou fa-la agora pensar o quão estranho era imaginar-se com aquele fanatismo e diferentes comportamentos. Há também quem chame a essa erosão o crescer, amadurecer. Mas eu digo que o que aprendemos em puto não tem grande peso no que nos tornamos. Ninguém que está as portas da morte é o que é quando nasceu, ou quando começou a ser educado. Acidentes, choques, sensações e experiencias são o que nos fazem mudar. Esta erosão é o que nos lima as arestas e nos torna numa pedra diferente. Devia-se mudar o significado á palavra erudito. Sim, sou um erudito. Alguém que não gostava e que gosta, alguém que não o fazia e que o faz. Sou um erudito. O tempo faz bem e mal. Mudei objectivos. Limei as arestas do coração, que já não pica. Tanto...

quinta-feira, 25 de junho de 2009

quarta-feira, 10 de junho de 2009

...A Salada Portuguesa

O PSD devia ser CDS, o PS devia ser PSD, e o CDS devia ser só PP.
Valha-nos a Esquerda que é Esquerda.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

...A Economia

A verdadeira gripe suína está aí. No porco onde a gente põe a moeda.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

...A Nini

Chamava-se Nini
Vestia de organdi
E dançava ,dançava
Dançava só pra mim
Uma dança sem fim
E eu olhava ,olhava

E desde então se lembro o seu olhar
É só pra recordar
Os quinze anos e o meu primeiro amor
Foi tempo de crescer
Foi tempo de aprender
Toda a ternura que tem o primeiro amor
Foi tempo de crescer
Foi tempo de aprender
Que a vida passa
Mas um homem se recorda, é sempre assim
Nini dançava só pra mim


(Com amor, para a Nini dos meus 15 anos,
dos meus 16, e dos meus 17.)


sábado, 21 de março de 2009

...Amores

Corações arredondados avermelhados vermelham meu rosto quando te vejo e beijo tua boca vermelha avermelhada. Arredondada é a tua língua e redondo fica o meu coração avermelhado quando sinto a tua língua arredondada avermelhada. Sem ti o meu coração fica preto num espeto que me perfura o peito. Um espeto que me perfura o coração vermelho. Dá-me um abraço carinhoso. Mantém-me calmo e descansado. Cura a ferida de meu corpo, o espeto que perfura osso, que fez meu coração sangrar quando não estavas comigo.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

...Portugal

E o patriotismo de Manuel de Sousa Coutinho, quando incendiou o seu próprio palácio, preferindo vê-lo destruído do que tomado pelos governantes espanhóis? Já não temos disso cá. Excepto os neo-nazis portugueses, que lutam por causas boas e causas más, são confusos patrióticamente, sim, porque ás vezes não percebo de que lado estão, não lhes gabo o gosto, mas paciência. Viva a liberdade de expressão. Mas não foi de nazis que resolvi escrever...
Portugueses são portugueses para a bola, para o resto "vai no batalha". A diferença que um gostinho de português no peito fazia era enorme, para começar deixávamos de ser tão desleixados e despreocupados quanto ás barbaridades que se passam naquela classe alta que passa todos os dias na tv. Ou é o Cruz, ou Alcochete, os media fazem grande alarido, as pessoas ouvem e chocam-se, e no dia a seguir de manhã acordam a dizer "oh, deixa lá" e passados uns meses já está o tipo em casa, ilibado, por "falta de provas" ou qualquer frase mais complexa que o português ouve e diz "ÃH?".
Já nem ao Festival da Eurovisão ligamos. É só futebol! Pode ter rompido a 3º guerra mundial e o Mussolini ter ressuscitado da campa que o futebol cobre tudo. Quando acaba "olha, estamos em crise!". À crise só a temos porque os altos governadores são "óptimos" governadores. Faltará muito até um trolha, sem a mínima instrução e sem os dentes da frente se candidatar a primeiro ministro? De certeza que seria o melhor, já viveu no país para saber o estado dele, que é a diferença! Que é que eu vou fazer para primeiro ministro, que é que vou mudar na terrinha, se toda a minha vida usei cuecas de ouro? Nem um peido em condições podia dar. É o nosso dinheiro a ser gasto á toa em coisas super desnecessárias, como aquela história da escada no tribunal (ou algo do género), em que inicialmente era de madeira e fizeram obras para por uma de metal, mas passado uns dias aperceberam-se que a de madeira era melhor e voltaram a pôr outra, e com isso foram um milharezinhos de dinheiros que a gente paga. A crise somos nós que a fazemos porque votamos neles. Um novo aeroporto quando não precisamos de tal, quem pagava? Estou a ser capitalista, mas o dinheiro faz girar o mundo. Mas quando é ele que define se tenho comida á mesa todos os dias, e se pouco recebo para o que trabalho ou nem trabalho, faz todo o sentido preocupar-me com o país e os gastos com o meu dinheiro.
Mas ainda assim orgulho-me do meu país! Não somos como os americanos sempre aos tiros, e obesos, não temos a ETA nem algo do género, o aborto é legal e não temos um presidente em guerra (fria) com o resto do mundo.
Somos pequenos e com grande história, uma cultura multi-racial com uma gastronomia de ir ao céu, temos terras lindíssimas e o povo é família uns dos outros, hospitalidade não falta cá.
Ai Henriques que nos paristes!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

...Mentalidades

E pensar que no Portugal de 1970 ser actriz era sinonimo de ser "Menina da Rua"...

domingo, 11 de janeiro de 2009

...As gerações

Á uns dias fui ajudar a minha mãe a tratar das campas dos meus avós maternos, coisa que não fazia á muito muito tempo, nem sequer entrava no cemitério para ir visita-los.
A minha avó São já está nas ossadas, era a melhor avó do mundo e eu chorei muito quando soube que morrera, passados para aí 3 anos... O meu avô Casimiro ainda está na campa no chão, apesar de ter morrido mais cedo, deste meu avô não tenho grandes memórias, ainda era muito pequeno, e as que tenho não são muito boas, digamos que era um homem dado á bebida.
Estava a pôr as flores na jarra e de repente veio-me aquela saudade, aquela vontade de os ter cá, vieram-me as lágrimas aos olhos. Pus-me a pensar em tudo.
A minha avó São nasceu, em tempos foi muito mais nova que eu, cresceu e chegou a ter a mesma idade e mesma versatilidade que eu, cresceu ainda mais e conheceu um homem com quem se casou e teve duas filhas, continuou a crescer e a envelhecer e a minha mãe nessa altura era mais nova que eu, a minha avó continuou a crescer e a envelhecer e a minha mãe chegou a ter a mesma idade que eu, continuou a envelhecer e a minha mãe conheceu um homem com quem se casou e teve dois filhos, continuou a envelhecer e morreu-lhe o marido, o meu querido avô, ficou sozinha, já com as filhas casadas e com netos, e ela viúva, e a minha mãe envelheceu e o meu irmão cresceu e conheceu uma mulher com quem teve um filho, e a minha mãe envelheceu já com um neto, mas a minha avó já tinha morrido.
Eu que sou tão novo não me consigo imaginar a passar por este processo. Eu que sou tão novo não me imagino a ser velho já sem... Ninguém. Não me consigo imaginar como sendo o ultimo testemunho vivo duma família com quem eu ia ao cemitério ajudar. Não me consigo imaginar velho, sendo o ultimo, e ter a geração nova á minha frente, filhos, netos, bisnetos, sentado no sofá a pensar que a minha vida já estava a terminar e a minha missão estava feita, tinha deixado a minha família estender-se nos anos, e que como outrora tinha escrito num blog, estava na altura de eu fechar os olhos e dormir.
O milagre da vida. Descendencias. Fotografias antigas. Educações e mentalidades.
Espero ser o melhor avô do mundo, e não quero que o meu neto chore quando me for pôr flores. Ai dele. <3

domingo, 28 de dezembro de 2008

..."The Pianist"

"Entre os corpos de homens estavam os de uma mulher jovem e de duas rapariguitas com os crânios esmagados. O muro sob o qual jaziam apresentava traços claros de manchas de sangue e tecido cerebral. As crianças tinham sido assassinadas pelo método preferido dos alemães: agarradas pelas pernas e com as cabeças atiradas violentamente contra o muro."

Wladyslaw Szpilman

domingo, 14 de dezembro de 2008

... Algo. E escrevi, ás escuras, em papel.

Ás Escuras vou escrevendo o que me sai da cabeça

Apetece-me escrever sobre não sei o quê.

Vida aos trambolhões com coração cheio?

A alma está pesada... Daí a vontade de chorar, sobre não sei o quê.

Alma pesada. Ou amor forte?

Ás escuras escrevo, sem ver onde escrevo.

Gosto de ti é tão banal numa escrita ás escuras

Natal estranho digo.

Mudei de vida. De gente.

Falta-me conforto. Felicidade.

Ambições sem luta é mariquice.

Estupidez!

Deitar para fora a alma?

Não, o que a faz pesada

Escrita ás escuras não é nada. E é assim que ela é. Alguma coisa que não se vê.

Mas escreve-se.


Boa noite.

domingo, 9 de novembro de 2008

...Os anúncios de telemóveis

Se fazem "o teste do amor" , faltará muito para inventarem o teste de gravidez pelo 4003?

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

...Os estilos

Até aos 11/12 anos somos ignorantes no que toca ao estilo pessoal. Não temos pontos de vista, e mal dizemos tudo o que se diferencie duma normal sociedade. A roupa que vestimos é sua Santa Mãe que escolhe, somos paus mandados da moda materna.
Com o passar dos anos começamos a ganhar os nossos ídolos, criaturinhas que adoramos como se de Nosso Senhor Jesus Cristo se tratassem, podem ser cantores, desportistas, políticos... Mas só os descobrimos quando nos tornamos suficientemente autónomos para explorar o mundo que há fora do comum circulo de amigos e família. Conhecemos outros amigos ou exploramos outros sítios, ouvimos musica e estabelecemos os nossos gostos. Anos 80/90, "Guns n' Roses", "Metalica", "kiss", e num piscar de olhos e sem nos apercebemos, temos o quarto coberto de posters de uma cara maléfica com a língua de fora, guarda roupa escuro com peças de cabedal e caveiras. Novo milénio, "Tokio Hotel", moda punk/emo, rosas choque, homens com unhas pintadas de preto. Hip hop, hip hop tuga, calças largas e descaídas, bonés com frente tesa como um carapau e beat box entre os lábios. Mika, skinny legs de cores guerridas, "flower power", desinibismos e "avante camaradas!". Wrestling, bonequinhos em miniatura com cara de mau, cintos e 10 minutos diários de flexões, para parecer o Batista.
O mais engraçado é ver o tempo passar, e com ele as mudanças da nossa mente. Mudar de Hippie para Headbanger, de Beto para Dread e de Dread para Retro, e chegar ao formalismo e minimalismo dos 70 e contar aos netos as radicalidades de jovem, e os cabelos brancos... Que fez á mãe.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

domingo, 12 de outubro de 2008

...Os gostos

"De gustibus non est disputandum" diziam já os romanos à muitos anos atrás e com razão, "Gostos não se discutem". Também poderemos nós dizer "Diz-me os teus gostos e dir-te-ei quem és".
Quem nunca esteve à conversa com alguém e, perante os seus gostos musicais, formas de vestir, ou até o ambientador que usa no carro, formou desde logo uma impressão baseada nestas mesmas escolhas?
Todos os dias ao ir para o trabalho socializamos, e com o simples "bom dia" tomamos a pessoa pela tendência exterior e aparente que faz trespassar para o lado de fora do ser. Em certa parte dos casos, os estereótipos com que avaliamos e julgamos estão certos, mas vamos com calma, nem sempre um amante de musica clássica é simpático, consciencioso e emocionalmente estável, e nem sempre um amante de rock é menos simpático e menos religioso e conservador, como em tudo há excepções.
Difícil para nós é acertar quando julgamos alguém pelo seu gosto. É preciso saber decifrar o "código do gosto".
Atrás utilizei a expressão "emocionalmente estável", sendo este um exemplo deste código. Se um individuo se identificar mais com o tipo de musica romântica, ou que por exemplo retrate a vida dura de um cantor com infância difícil que vivia na pobreza de um bairro social e problemático é emocionalmente instável. Mas os tipos de personalidade não se associam sempre aos estereótipos. Tentemos então arranjar outra explicação para o individuo que se identifica com este tipo de musica. Uma pessoa de mentalidade aberta e apta artisticamente é o tipo de pessoa que não se contenta só com o que é comercial e socialmente bonito, mas que busca o não normal, procura novas ondas para além do seu gosto já estabelecido e por isso explora todas as opções possíveis. Assim sendo, mesmo que o seu gosto se situe no jazz, ela busca conhecer o rap. Este tipo de pessoas são fáceis de avaliar, têm a casa cheia de livros, cd's e dvd's e geralmente são de mentalidade mais aberta que as pessoas mais conservadoras.
Descodificar a pessoa através do "código de gosto" não é uma ciência exacta e requer muito trabalho de observação e atenção a todos os aspectos quotidianos que a outra pessoa leva.
Mas talvez devêssemos olhar as diferenças de gosto não como uma forma de pôr de parte, ou de ignorar a pessoa, mas como uma forma de aprendizagem, uma forma de auto-revelação onde pudéssemos descobrir novas fontes de inspiração, novos gostos e novas formas de viver a vida.

sábado, 27 de setembro de 2008

...A Mono sobrancelha

Terá efeitos aerodinâmicos para quem as usa, ou é para se sentirem o Gigante Adamastor de um olho, do cabo das Tormentas?

terça-feira, 23 de setembro de 2008

...A minha gente

Um beijo de boa noite da mamã. Um abraço carinhoso do papá. Uma piada do amigo do peito. Um desabafo com a melhor amiga. E quando acordar posso não ter alguém. Não me apercebo do quão importante a minha gente é. Deixar de ter o beijo de boa noite, o abraço carinhoso, a piada ou o desabafo não me passa pela mente nunca, mas a verdade é que só nos apercebemos da falta de alguém quando ela não existe. O chorar de peito vazio, chorar mesmo, chorar de dor de alma.
"Amo-te". A gente nova gosta de o dizer a uma paixão que dura duas semanas, mas o verdadeiro "Amo-te" não o dizemos, sentimos, mas não o dizemos. Esse verdadeiro sentimento é por quem, no tédio da rotina diária, se cruza connosco e nos deixa parte de si. Gostava de fazer parar o tempo, ou dar tempo. O tempo passa, a pele enruga, e a hora chega. Quero-os aqui. Sou novo demais. Pára o tempo da vida por favor. Estendido. Braço meu, perna, coração... Parte minha.
Dá-me só mais cinco minutos para mais um beijo, mais um abraço, mais uma piada, mais um desabafo...
"Amo-vos"
(escrito ao som de Mika - Any Other World)

sexta-feira, 5 de setembro de 2008