domingo, 4 de maio de 2014

...Anónimo

Apetece-me refugiar-me no campo, comprar uma casa, bem, uma quinta, para, no "silencio" da natureza, na falta de olhares duvidosos dela, e devagarinho bem ao ritmo dela, cavar, cultivar, e ver a erva crescer. A humanidade esvai-se pelo ralo com uma rapidez estonteante. Já não existem valores, lamentavelmente. E isto não é uma questão da treta, afinal de contas, são os valores que nos tornam mais racionais e menos animais, pois só vejo neandertais a passearem pelos passeios. Até os animais me parecem mais sensatos que os pré-humanos. Ter valores é o que nos faz racionalizar as questões, e suprimir as vontades carnais, da raiva, gula, inveja, avareza... Pareço um pregador, mas não, esqueçam a religião, isto é mais do que isso, trata-se do que o que nos foi ensinado em crianças, que agora é atirado ao lixo. "Prefiro enaltecer o meu ser". Que lindos, continuai, afinal de contas o mais forte ganhará, somos animais e o Darwin até dá palminhas no caixão. Por isso tudo é que me prefiro isolar. Assim vejo o fumo da cidade ao longe, enquanto ouço os pardais, fumo este que vem das vossas cabeças a pensar em como remar para cada lado oposto e sozinhos. Eu canso-me a regar as alfaces, depois sento-me e passado algum tempo retomo. É a vida que eu gostaria de ter, protegido dos jogos de fome, por sol, terra, ar e paz. Uns rezam, uns meditam, eu carrego baterias a olhar para os verdes a a tocar-lhes na folha, ás vezes sinto-me um só com eles, somos nós, as plantas. Tenho pena que se renuncie a valores básicos, não me cheguei a aperceber como chegou esta era, de que a atenção humana é tão escassa que todos fazem de bobos para a receber, é um desequilibro de sensações que se desequilibra cada vez mais. E a inocência vai desaparecendo, coitada, como eu a amo. A inocência que julgava que todas as pessoas tinham uma base boa e pura. A inocência que depositava confiança em pessoas, para melhorar o mundo. Está tudo entregue á bicharada, mas não é da que eu gosto atenção! Estes animais são outros. Melhorar o mundo já não é o mote, agora é tirar uma selfie, hipsters da merda. Não confio em quem queira melhorar o mundo, no máximo o que é acontece a quem tem poder é: Ordem de trabalhos 1) Encher a barriga (na verdade queria dizer bandulho); 2)Mudar o mundo. Atenção que o ponto 2 devia dizer antes "TALVEZ", isto porque o pessoal ainda pode ter fome e poderá precisar de mais umas chupadelas "sanguessugais". Termino com esta imagem, que me inspira e relembra em momentos menos optimistas, de qual o caminho a seguir. Sejam felizes (experimentem a sério, se calhar até gostam) [e não, não há isso na appstore. 






1 comentário:

Anónimo disse...

"There is pleasure in the pathless woods
There is a rapture on the lonely shore
There is society where no one intrudes
By the deep sea and music in its roar
I love not man the less, but Nature more
From these our interviews, in which I steal
For all I may be, or have been before
To mingle with the Universe and feel
What I can ne'er express, yet cannot all conceal"
Lord Byron