sexta-feira, 22 de abril de 2011

...O mal

O mal que nunca se apaga. Já nem o próprio Belzebu, Satanás, o anti-Cristo mete medo, já nem amaldiçoa cada dia e cada hora, mas ainda o mal come os restos da alma, memorias dos tempos condenados, tempos passados, eu condenado; o mal que Lúcifer deixou no corpo, a semente de um mal que já fez. Um mal tão apetecível e bom.
Parecem bichos que se multiplicam e multiplicam e começam a comer a carne, as ideias, as vontades, as liberdades, os sabores, as alegrias, e o futuro. E a criatura já não mete medo. Já nem ao diabo lembro, mas as queimaduras do inferno perfeito ainda fumegam. Sofrer é que é bom. Ainda sinto os chicotes de alma que, querida chaga de Satã, eu próprio mas defiro. Venha outro inferno, outro mal ardente ou pior, quero a condenação eterna, quero ver duas almas condenadas.
Sinceramente, desejo mal a todos vós.

terça-feira, 19 de abril de 2011

...Excentricismo Puro

O que é o excentricismo? Uma condição psicológica, também conhecida como maradisse, ou um desejo egocêntrico de se fazer notar no meio de uma multidão idêntica? Poderá o excentricismo ser simplesmente algo que os-que-se-copiam-uns-aos-outros chamam para descrever algo fora do normal? Poderá ser tudo isto. E poderá ser só uma coisa. Mas o excentricismo é o que faz a arte avançar, e por isso o excentricismo é arte. Num mundo de outrora onde os arcos, as abobadas, e os dourados abundavam, certamente que quem fosse defensor das linhas rectas, cromados e cimento era o excêntrico. Num mundo onde as mulheres usavam saias, excêntrica foi a que usou calças. Por esse prisma podemos chamar excêntrico a qualquer pessoa que criou novos padrões para o que quer que seja. O excêntrico é aquele que, egocentrismo ou não, se cansa das tendências de comportamento, de moda, do que quer que seja, e explode, soltando um grito diferente que se traduz num choque cultural. Se a tendência pegar á multidão, dependendo da sua magnitude, a sociedade muda.
Os Hippies, mudaram o curso da história, e não afectaram só ideias políticas, alteraram padrões de comportamento, formas de vestir, alteraram a musica e criaram vertentes que ainda hoje são apreciadas. Os excêntricos são, pelo normal funcionamento do ser humano, espezinhados, mas no entanto são o que impede o mundo da monotonia total. Trata-se de um ciclo: O excêntrico cria, o Homem espezinha, o Homem conforma-se, e por fim o Homem copia. Viva as calças á boca de sino? Viva as fruteiras de cores guerridas dos anos 70? Viva as porcelanas? Viva as rendas? Viva! Mas na altura delas...