domingo, 28 de novembro de 2010

...La Banana

Nada na vida vale mais que o amor. E quem não concordar com isso não o sentiu, ponto final, assunto encerrado. E nada vale porquê? Porque é simplesmente a melhor sensação existente. Torna-mo-nos azeiteiros das coisas tão lamechas que nos saem da boca, e um facto engraçado, nada, quando se ama, passa pelos filtros do cérebro, aqueles filtros que nos fazem retirar expressões de uma frase que estamos prestes a dizer porque não serão as mais apropriadas ou porque não ficarão bem no contexto, aqueles filtros que nos impedem de dizer coisas que não servem de nada para a conversa; sem filtros é como expor todo o conteúdo do peito, estendido no chão estilo toalha, só para enfatizar o facto de que o que dizemos vem das maiores profundezas do nosso ser, e por isso são verdades absolutas. Aqui o "amo-te" não chega, este amo-te vandalizado pelas paredes e papeizinhos a meio da aula, o amo-te sem espírito nem alma, o amo-te fugaz. Não chega, e desde então passa a ser a nossa maior premissa encontrar alguma palavra no vocabulário azeiteiro que exprima todas essas sensações orgásmicas mentais e de aconchego emocional, uma palavra tão potente que possa desencadear guerras ou aclamar a paz, tão potente que nos faça atingir o clímax de serenidade neste nosso peito. Que nos faça suspirar e dizer "Vês? É isto, és assim tanto para mim." E porquê esta demanda da palavra perfeita? Porque sinceramente, nem nós acreditamos que era possível sentir.

Sugiro "Canção de engate- António Variações"

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

...A cabessa

A mente é o mais difícil de modelar e remodelar, demora tempo, e a razão sobrepõem-se para "afirmar" a impossibilidade de execução de tal tarefa.
Há formas de viver a mente; ao som do vento, o "que será, será", sem qualquer gesticulação mental e com a total crença que somos marionetas do destino, e há, por outro lado, a tentativa desenfreada de criar a própria corrente, onde se aplicam a força de vontade, razão e alguma espiritualidade... Que paradoxo. Somos o que escolhemos ser- frase feita- mas eu cá acho que somos para o lado que nos calha, pelo menos até ganharmos fome de vida, fome de viver e de comer do melhor que podemos. Aí sim, aí somos criaturas traçando objectivos e criando correntes que desaguam em tantos e diferentes sítios que já não dá para distinguir o ribeiro principal. E o que nos move? O optimismo, ou as alturas negras da vida que nos fazem abrir os olhos?